![Com problemas de acesso ao transporte escolar, alunos estão há quase dois meses sem aula em Itaara Com problemas de acesso ao transporte escolar, alunos estão há quase dois meses sem aula em Itaara](https://suitacdn.cloud-bricks.net/fotos/947129/file/desktop/0O0A9145.jpg?1719343127)
Fotos: Beto Albert
Leonardo e Juraci aguardam o retorno das aulas.
O Conselho Tutelar de Itaara está apurando o caso de alunos do município que estão sem aula há dois quase dois meses. São moradores da Estrada Rincão dos Minello, em que o transporte escolar não consegue chegar a todas as residências pelas péssimas condições da via, que é estreita e tem vários buracos e locais onde um micro-ônibus não consegue passar com segurança.
Os transtornos ocorrem desde as fortes chuvas nos últimos dias de abril, quando o riacho ao lado da estrada transbordou e transformou a via em um rio, com forte correnteza, que provocou estragos. Para entender a situação, o Conselho esteve em reunião na manhã desta terça-feira (25) com a prefeita do município, Salete Desconzi.
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São mais de 7 km de estrada de chão até a BR-158. Hoje, com muitos pontos instáveis e vulneráveis a novas chuvas, mesmo após alguns ajustes, a passagem é estreita e precisa de atenção dos motoristas.
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As condições impossibilitam que o ônibus faça o tradicional trajeto, por consequência, 11 alunos estariam com problemas para ir a escola. O dado é da secretária de Educação municipal, Claudia Lara do Amaral.
O transporte funciona, mas nem todos têm acesso. Ele foi restabelecido em meados de maio, mas exige que o aluno percorra alguns quilômetros para pegá-lo, no começo da estrada. A preocupação é da aposentada Juraci Pereira dos Santos Zimernan, 66, que tem o filho Leonardo dos Santos, 10 anos. A angústia com toda a situação assusta a família, pois Juraci diz que o filho deveria estar na escola, aprendendo:
– Gostaria que voltasse o transporte de novo para ele voltar a estudar, porque ele já está com 10 anos. Ele já perdeu um mês e pouco de aula. Nesse meio tempo, veio só cinco folhas de atividade, que a escola veio trazer. Já pedi para a escola mandar por internet, algo assim, mas não mandam.
O estudante do 4⁰ ano Apolo Matheus Marafiga, de 10 anos, é outro que está em casa nestes quase dois meses. Ele diz não lembrar qual foi o último conteúdo que aprendeu na escola. Ainda assim, fez prova e se deu bem, completa a vó Elizabete Berguer, 68 anos:
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– Nesses dias, recebeu umas cinco folhas com atividade. Nos poucos que conseguiu ir na aula fez uma prova e foi bem.
Acesso ao transporte escolar na comunidade
- Sem funcionamento – Após as fortes chuvas que iniciaram nos últimos dias de abril
- Retorno do atendimento – Meados de maio, e com novos ajustes o transporte conseguiu ir até metade da estrada, na Associação dos Moradores
- Mudança no embarque – Depois da chuva dos últimos dias (18 e 19), o transporte retornou a pegar os alunos no início da estrada
Recuperação do tempo perdido
Em resposta aos questionamentos sobre o acesso de alunos ao material durante esse período, a secretária de Educação explica que prezaram por iniciar uma recuperação no segundo semestre.
– Para os alunos que estão longe, no segundo semestre, com a normalidade do transporte, teremos recuperação, além das aulas normais. No fim, queremos que ele não tenha uma perda de conteúdo.
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Investigação do Conselho Tutelar
A coordenadora do conselho tutelar Betânia Bohrer explica que a denúncia foi feita há uma semana. O protocolo de ouvir as diferentes partes envolvidas é comum ao órgão. Ela explica:
– O objetivo é ouvir as ações da gestão municipal para minimizar ou terminar com essa situação dos alunos. Não havendo um avanço, encaminhamos essa informação com o Ministério Público.
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Respondendo as questões, o procurador jurídico municipal, Roger de Castro, indicou que já existe uma conversa com a Promotoria Regional de Educação sobre o assunto. E que buscarão aproveitar o tempo bom para retornar com os ajustes na estrada. Ele complementa:
– Semana passada, já tivemos com reunião com a o Ministério Público. Eles estão acompanhando o caso desde as chuvas fortes, já que decretamos Estado de Calamidade. E, hoje (terça) de manhã, o Conselho Tutelar nos trouxe essa questão, que já vínhamos conversando. Não temos prazo a cumprir, ainda que buscamos urgência.